quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Desabafo

"O apego não quer ir embora
Diacho ele tem que querer"

       Nos versos de Maria Gadu  encontro uma pequena dica do que está me acontecendo no momento...o apego ao passado revirado e de certa maneira revivido de forma tão diferente esses dias, o apego à forma com a qual me relaciono com a comida e como me porto diante de sentimentos e situações conflituosas tem que ir embora, mesmo sem querer...
     Ainda não estou curada da compulsão pela comida.  Isso ainda me entristece por demais.  Não importa o que eu faço ou como eu faço, nos momentos de conflito, de desamparo, de dor ( não física, mas da alma que seja) é na comida que busco meu refúgio, meu auxílio, meu amparo.  É bem verdade que hoje em dia, consigo mesmo diante de uma crise compulsiva das piores dar um break quando sinto que o eixo já ficou pra trás faz tempo...é bem verdade que hoje em dia, os alimentos pelos quais procuro nesses momentos são outros, o que na verdade não faz diferença...o que importa de fato é que eu continuo buscando esse tipo de conforto...
Vontade absurda de chorar...

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

18 de outubro DIA DO MÉDICO

Acredito demais que nada nessa vida acontece por acaso.  As coisas acontecem de fato porque estavam escritas.  E sendo assim, hoje, 18 de outubro, dia do médico, atingi um peso muito especial para mim...Faz exatos 13 anos que não subia numa balança e via este peso.  Fase mais magra de minha vida. Peso com o qual obtive na vida minha primeira receita de cor azul, onde lia-se "mazindol 1mg".  A médica endocrinologista afirmou que tal medicação era leve e que me ajudaria a seguir a dieta.  Maldito momento.  Se eu pudesse voltar atrás, jamais teria ido naquele consultório, pois foi ali, bem ali que tudo começou. Um pouco  depois, em outro consultório recebi mais duas receitas azuis: anfepramona 35mg e alprazolam 5mg...e eu que tinha uns pequenos pneuzinhos, estava uma adolescente gordinha, fui transformada numa consumidora de medicações para emagrecer e anos depois, numa obesa grau 2 quase 3 ou era 3, sei lá...
Tenho médicas excelentes cuidando de mim hoje em dia, e já enviei mensagens de felicitações a elas por exercer de modo tão correto e bonito a medicina, mas hoje, sem dúvida alguma me remeto as três distintas senhoras que pela minha vida passaram e a todos os médicos que hoje ainda tem a prática de prescrever este tipo de medicação em casos desnecessários (e vou ser ética de não mencionar seus nomes) não com raiva (não que eu não tenha), mas com um pedido: repensem suas práticas!  Quando um paciente procurar-lhes no consultório para emagrecer, tenha a paciência e a decência de lhes explicar que estão no lugar errado, a não ser é claro que a obesidade seja em decorrência de um problema endócrino - O que hoje em dia, sabe-se não passar de 5% dos casos de obesidade.  Alguns estudos apontam 1% somente.  Digam a estes pacientes que se eles não estiverem dentro desse percentual não será possível ajudá-los e ao invés de retirar uma dieta de 1000 kcal da gaveta, tirem o cartãozinho de uma nutricionista ou mesmo digam que não conhecem nenhuma, mas que é este profissional que devem procurar pois ele e SOMENTE ele é capaz de montar uma dieta equilibrada e balanceada para cada paciente.  Peçam exames de sangue, ultrassonografias,  todosos exames  os possíveis e certifiquem-se de que a obesidade que está em sua frente não é decorrência de um problema que deverá ser tratado por vocês, mas por favor, depois de terem a certeza de não se tratar de um problema de sua especialidade, não tentem tratá-la...o resultado é bastante ruim.
Ninguém está com dor no ouvido e vai ao oftalmologista...então, porque não ter um problema endócrino e buscar a cura com o endocrinologista???
Pior de tudo é que anos se passaram, meu conhecimento e o nível de informação da população aumentaram e muito e no entanto, o que mais vejo por aí são endocrinologistas prescrevendo dietas e medicações para emagrecer até mesmo para pessoas cardíacas...lamentável!!!
Agora, para os bons profissionais, que sabem o seu verdadeiro papel e que não se deixam levar pelas influências negativas, para os melhores médicos que temos no mercado (em especial para as três que eu não abro mão - Karen Raya, Eneida Mello e Letícia D´Ávila - ginecologista, dermatologista e otorrionolaringologista) UM FELIZ DIA DO MÉDICO !!!!

domingo, 9 de outubro de 2011

Mamãe, estou satisfeito (a) !!!

Quando se tem uma criança muito próxima é sinal de que junto com ela, ganhamos também uma mãe muito próxima...mas mãe que é mãe de verdade sempre tem certeza de que a forma como cria seu rebento é a melhor possível e dificilmente aceita sugestões, principalmente quando a pessoa que as oferece não tem filhos...a resposta é sempre a mesma: "Quando você for mãe você vai entender".  Ok, me recolho a minha simples insgnificância de mulher sem filhos e fico torcendo para que quando finalmente meu status mudar para "mãe" eu realmente entenda e faça diferente...nem que para isso eu precise de uma equipe multidisciplinar que inclua um psiquiatra.
Partindo do princípio de que apesar de racionais, somos animais, temos instintos e sem dúvida nenhuma, um destes instintos é o da saciedade.  Não adianta, a criança só come até onde ela quer...às vezes ela come um pouco mais, às vezes um pouco menos (nós adultos também não somos assim???) e se insistirmos em colocar no pequeno estomagozinho mais do que ele realmente aguenta, seremos bombardeadas com uma sinfonia aguda de choros, mãozinhas empurrando a mamadeira ou rostinhos se virando de um lado para o outro...isso sem falar nas infinitas cusparadas das colheres sobressalentes...
Fisiologicamente, esse excesso tem dois resultados: o primeiro é super visível: vômitos, "gofos", coisas do tipo...o segundo e mais perigoso acontece pelo corpo todo da pequena criança e é impossível de se ver: enquanto o corpinho fica mais rechonchudinho, milhares de células adiposas se enchem até seu limite e se dividem assim que esse limite é esgotado, dando início a vida de uma nova célula adiposa (para quem não sabe, célula adiposa é a célula de gordura).  O problema é que estas células se multiplicam quando engordamos, mas quando emagrecemos, elas simplesmente esvaziam e ficam ali, prontinhas para no primeiro "deslize" recomeçar o processo de reabastecimento...então, bebê gordinho, acima do peso, não é bonitinho não...bebê gordinho, acima do peso é um futuro adulto com potencial imenso para ser um obeso, é um potencial adulto que não reconhecerá sua saciedade e que em alguns casos cria links psicológicos de conforto, carinho e amor com a comida e a ela recorrerá sempre que precisar de um desses afagos na vida...
Quando a criança, está na rua e já comeu a metade do potinho nestlé super bem e começa a chorar, cuspir a comida, se desesperar, o recado é simples: MAMÃE, ESTOU SATISFEITO (A) !!! Basta, somente respeitar esse recado...